Membros do Comando Vermelho mortos pela polícia no Ceará planejavam atacar área dominada por facção rival
31/10/2025
(Foto: Reprodução) Sete pessoas morrem em confronto com a PM em Canindé
Os membros da facção Comando Vermelho mortos em confronto com a Polícia na madrugada desta sexta-feira (31), em Canindé, no Ceará, foram até o bairro da facção rival para tentar dominar a região, conforme apuração do g1, e lá foram surpreendidos com a presença dos policiais.
A troca de tiros ocorreu por volta de 3h no bairro Campinas, em uma área dominada pela facção carioca Terceiro Comando Puro (TCP), rival do Comando Vermelho. As duas disputam territórios no município e por todo o Ceará.
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Na madrugada desta sexta, o grupo do CV chegou ao local, fortemente armado, para atacar os rivais e tomar o controle do bairro, com objetivo de expandir seu domínio em Canindé, cidade do sertão cearense considerada um dos principais polos religiosos do estado.
A Polícia, no entanto, havia sido informada pelo setor de Inteligência de que os faccionados pretendiam realizar um ataque no bairro, e foram até o local. Quando os criminosos chegaram, encontraram policiais do Raio, Cotar (Comando Tático Rural), FT (Força Tática), FT Rural e Policiamento Ostensivo Geral.
De acordo com a Secretaria da Segurança Pública, quando policiais e criminosos se encontraram, os suspeitos atiraram contra os agentes e chegaram a arremessar granadas. Na troca de tiros, sete homens morreram.
Conforme apuração da TV Verdes Mares, as idades deles variam entre 15 e 22 anos. Os corpos foram encaminhados para o Instituto Médico Legal. Com o bando, os policiais apreenderam oito armas de fogo, sendo um fuzil, quatro pistolas, três revólveres, além de mais de 150 munições e drogas.
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Sete membros do Comando Vermelho morrem no Ceará
Arte: g1
Confronto
De acordo com a Secretaria da Segurança, os agentes receberam informações da Inteligência de que suspeitos realizariam ações criminosas na região.
Com isso, as equipes se deslocaram ao endereço, onde foram recebidas com tiros em direção às viaturas, além do lançamento de dois artefatos explosivos em via pública.
Membros do Comando Vermelho morrem em confronto com a polícia em Canindé, no Ceará
Reprodução
"A fim da garantia da legítima defesa, as composições reagiram à agressão. E, após cessar o confronto, sete homens, ainda não identificados formalmente, foram localizados e socorridos a uma unidade hospitalar, onde foram a óbito", disse a Secretaria da Segurança.
As investigações sobre o caso estão a cargo da Delegacia de Canindé. Após o ocorrido, o governador do Ceará, Elmano de Freitas, fez uma postagem parabenizando a ação da polícia.
"Nenhum policial morto. Nenhum inocente alvejado. A população protegida. Parabéns à nossa Polícia Militar do Ceará", publicou o governador.
O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, parabenizou a polícia cearense. "Parabenizo os policiais do Ceará e o governador Elmano de Freitas (PT) pela coragem e determinação no enfrentamento ao crime organizado. O episódio de hoje mostra, mais uma vez, que essa é uma guerra que não tem fronteiras e exige união entre os estados", afirmou Castro.
Entenda a guerra entre facções no Ceará
Sete criminosos morrem em confronto com a polícia em Canindé
O domínio de território é disputado por sete facções que atuam no Ceará, conforme o governador Elmano de Freitas. As facções buscam conquistar territórios para monopolizar a venda de drogas, além de serviços como internet.
A guerra entre as facções é o que causa 90% dos homicídios no estado, ainda segundo o governador e tornou o Ceará o estado com a maior taxa de homicídios dolosos por 100 mil habitantes em 2024, conforme Mapa da Segurança Pública, elaborado pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública. O número absoluto de homicídios dolosos teve um aumento de 9,85% no Ceará: era 2.893 em 2023 e subiu para 3.178 em 2024.
Em outras regiões, os bandos cobram um "pedágio" para "autorizar" que comerciantes e vendedores informais mantenham seus serviços. Em agosto de 2025, um vendedor de churrasco foi assassinado após recusar a pagar a "taxa" de R$ 1.000 à facção. O valor anterior, que a vítima pagava mensalmente, era R$ 400.
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